Falar em cachaça Havana é trazer à tona uma das bebidas mais famosas é a mais tradicional do Brasil, a primeira bebida produzida nas Américas, graças aos engenhos de cana instalados pelo país no início da colonização.
Entre os diversos tipos e marcas de cachaças brasileiras está a Havana. Quem ainda não conhece ou mesmo quem já é fã vai adorar saber sobre as 5 curiosidades sobre a cachaça havana que farão você se apaixonar!
História da cachaça no Brasil
A história da cachaça no Brasil é tão antiga quanto a colonização portuguesa, que já conta com mais de 500 anos. Logo nos primeiros engenhos de cana em Pernambuco, que foram instalados por volta dos anos de 1520, a bebida surge de forma inicialmente acidental.
O que se sabe é que a cachaça pinga do teto de um engenho graças ao calor de Pernambuco, em uma espécie de destilação natural. Esse é o motivo pelo qual a cachaça é também chamada de pinga em alguns lugares do país.
Assim, a cachaça surge de um caldo de cana rústico usado para fabricação de açúcar, que foi deixado em uma embalagem e fermentou. Essa fermentação do caldo de cana produz o que chamamos ainda hoje de vinho da cachaça, um primeiro estado antes da destilação.
Como estava calor no engenho, o vinho evaporou e as gotas de cachaça condensaram no teto, pingando sobre os escravos que ali trabalhavam. Assim surge a bebida alcoólica de maior tradição e a bebida mais antiga das Américas. Conheça mais sobre a cachaça havana.
Cachaça de Minas Gerais
Apesar de Minas Gerais não ser um dos estados que mais produzem cana-de-açúcar, a história de produção de cachaças no estado se mistura com a das grandes fazendas e com a produção artesanal de outros produtos que já se tornaram tradição em todo Brasil, como queijos e vinhos.
Alguns especialistas afirmam que a cachaça era comprada por mineiros de um engenho produtor em Paraty e o processo de transporte da bebida no lombo de animais levava cerca de 40 dias ou mais, fato esse que teria inaugurado a tradição de envelhecimento da bebida.
O primeiro ponto para o qual a bebida feita no Rio de Janeiro era levada para Minas Gerais era a cidade de Diamantina, uma das mais antigas do estado.
Até os dias de hoje a cachaça produzida e consumida em Minas Gerais é envelhecida, enquanto a de Paraty é cachaça nova, também chamada de cachaça branca.
Um dos fatores que modificaram as cachaças e que também se tornaram uma tradição que veio para ficar foram as madeiras extraídas e comercializadas no estado, sobretudo na região norte.
Como as cachaças eram armazenadas somente em barris feitos de carvalho, que eram produtos controlados pelos colonizadores, foi em Minas Gerais, com as primeiras tentativas de independência que surgem os barris com outros tipos de madeira, como madeira bálsamo e amburana.
Esses barris diferenciados também ajudaram a garantir que a cachaça mineira fosse aromatizada e saborizada com outros toques de madeira, ganhando fama e tradição entre as melhores produções brasileiras. Saiba mais sobre a cachaça havana.
Cachaça Havana
Para que um produto seja considerado artesanal ele não pode ser produzido em indústrias. Um dos requisitos que garantem que qualquer tipo de produto ganhe um selo de artesanal é que ele seja fruto de trabalho manual de pessoas físicas.
Assim, a cachaça artesanal tende a ser produzida em quantidade mais restrita e com processos mais rudimentares de produção, o que pode garantir maior qualidade e até a manutenção das características do produto por mais tempo.
É assim que a cachaça havana passou a ser produzida em Minas Gerais, se tornando uma das mais tradicionais e procuradas por apreciadores da cachaça mineira em todo o Brasil.
Atualmente, Minas Gerais é o estado que mais produz cachaças do tipo artesanal, mesmo não sendo produtora de cana-de-açúcar em grande quantidade.
A cachaça Havana é produzida na cidade de Salinas, que já se tornou um marco de peregrinação para quem deseja adquirir e conhecer a produção da cachaça direto na fonte.
A cachaça havana é produzida desde os anos de 1940, contando com um dos mais longos processos de envelhecimento do qual se tinha notícia, o que garante fama e qualidade à havana até os dias de hoje. Sua fórmula foi mantida em segredo por seus criadores por muitas décadas.
Segredo da Havana
Desde as histórias de que o proprietário primeiro da fábrica pagava seus funcionários com cachaça, a cachaça havana é cercada por narrativas, algumas reais e outras fantasiosas, mas que garantem a fama da bebida.
O que se sabe é que, como todo produto artesanal que visa manter seu preço e qualidade, a Havana manteve a produção muito restrita a pouquíssimas garrafas por muitos anos, especialmente pela necessidade de envelhecimento por muitos anos, o que fazia com que o processo até a venda fosse também bastante demorado.
Assim, a cachaça havana, além da alta qualidade, passou a ser considerada como uma espécie de safra rara produzida em Salinas. Assim como acontece com toda bebida rara e cara, a Salinas só era servida em ocasiões muito especiais.
A cana usada para fabricação da Salinas é a cana Java, um diferencial para a maioria dos produtores. O tempo de envelhecimento também é bem maior do que o convencional, cerca de dez anos, enquanto os produtores mais cuidadosos costumam se restringir a quatro.
Outra característica conferida à cachaça havana é o aroma, garantido pelos tonéis feitos em madeira bálsamo, que é também o que faz com que a cachaça tenha a cor mais amarelada e gosto picante.
Como você viu, a cachaça Havana é uma bebida com o verdadeiro gosto e que conta a história do Brasil e de Minas Gerais. Quem deseja adquirir um produto único ou presentear com uma verdadeira jóia rara entre as cachaças não pode deixar de escolher uma das poucas garrafas produzidas em Salinas!
Não se esqueça de visitar a cidade e a produção quando puder e confira de perto o canavial próprio e a produção mais famosa entre as cachaças do Brasil.